A mulher vestida do sol e seus adversários
Texto Áureo
“Edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Mt 16.18
Verdade Aplicada
Os últimos dias serão marcados por sinais e prodígios de mentira. Mas a igreja do Deus vivo seguirá triunfante e reinará gloriosa.
Objetivos da Lição
► Mostrar que a igreja está envolta na luz de Deus;
► Insistir em que a igreja use toda a armadura de Deus: Único meio de resistir no dia mau; e
► Lembrar que Satanás e os homens ímpios são poderosos, mas destinados à derrota.
Textos de Referência
Ap 12.1 E vi um grande sinal no céu: Uma mulher vestida do sol, e tendo à lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça.
Ap 12.2 E estava grávida com dores de parto e gritava com ânsias de dar a luz.
Ap 12.3 E viu-se outro sinal no céu, e eis que era um grande dragão vermelho, que tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças sete diademas.
Ap.12.4b E o dragão parou diante da mulher que havia de dar a luz, para que dando ela a luz, lhe tragasse o filho.
Ap 12.5 E deu a luz um filho, um varão que há de reger as nações com vara de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono.
Ap 13.1 E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e, sobre a cabeça um nome de blasfêmia.
Ap 13.11 E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava com o dragão.
Ajuda Versículos
Ajuda 1
O fecho do capítulo 11 de Apocalipse deixou-nos com a tragédia e o triunfo das duas testemunhas fiéis. Os capítulos 12 e 13 levam-nos á ascensão e reinado das duas bestas. Notar-se-á que quase todos os versículos destes dois capítulos altamente dramáticos começam com a conjunção e (trinta e uma ao todo, no original), o que mostra a Unidade prevalecente por toda esta seção de Apocalipse. Os capítulos 12, 13 e 14 formam uma profecia conjunta.
Chegamos agora ao coração do Apocalipse. O palco está preparado e o drama dos séculos vai começar. Agora testemunharemos o choque do celestial, do humano e das forças infernais. Cristo recebe adoração e autoridade nos capítulos 4 e 5, onde temos o ambiente divino para o juízo. Aqui, nos capítulos 12 e 13, Satanás recebe a adoração do homem, e temos o ambiente diabólico do juízo.
A expressão “viu-se” aparece duas vezes (12:1, 3), que no original grego significa “sinal”. Sinais profetizados anteriormente agora estão aqui. O termo significa verdades e acontecimentos portentosos. A palavra aparece novamente em 13:3 (“Toda a terra se maravilhou, seguindo a besta”) e em 13:13 (“E operava grandes sinais”). Sinais estáassociado com a significação e natureza da obra realizada. João recebia estes sinais do céu (1:1). É claro que o elemento maravilhoso está na própria coisa. (Veja Mt 24:3, 24; Jo 4:48; At 2:22; 5:12.) Os dois sinais apareceram no céu, implicando que todos os propósitos de Deus são conhecidos aí. Não apareceram meramente no céu mas no santuário de Deus que está no céu (11:19). O adjetivo grande, uma palavra característica do Apocalipse, é usada seis vezes no capítulo 12, revelando ser este um capítulo de grandes assuntos.
1. A Mulher Vestida do Sol (12:1, 2)
A primeira vez que aparece a figura feminina no Apocalipse é no capítulo 2, versículo 20. Ao todo temos quatro mulheres representativas no Apocalipse, cada uma delas sendo a expressão de uma reunião de pessoas em um sistema.
1. Jezabel (2:20)—a igreja passada e corrupta.
2. A mulher investida com a inteireza de autoridade governamental (12:1)—Israel.
3. A grande prostituta (17:1)—a igreja corrupta futura.
4. A noiva, a esposa do Cordeiro (19:7)—a igreja glorificada no céu.
Há diferentes identificações da “mulher vestida do sol”. Alguns dizem ser ela a Virgem Maria. (Maria foi, deveras, a judia que deu à luz o filho varão, Jesus.) Outros identificam a mulher vestida do sol como a Igreja, a mãe de todos nós. Ainda outros dizem que representa a cristandade.
Mas cremos ser a mulher Israel. O Israel nacional muitas vezes é citado como a mulher casada (Is 54:1-6; Jr 3:1-11; Os 2:14-23). Jesus procedeu da tribo de Judá. É verdade que tanto Israel como a Igreja estão relacionados intimamente com Cristo—Israel como mãe e a Igreja como esposa. Foi Israel, entretanto, que se tornou a mãe do Messias (Is 9:6; Mq 5:2; Rm 9:5, etc.). Uma passagem como Isaías 54:1 é muito expressiva: “Canta alegremente, ó estéril, que não deste à luz; exulta de prazer com alegre canto, e exclama, tu que não tiveste dores de parto; porque mais sãos os filhos da desolada do que os filhos da casada, diz o Senhor.” Afirmar que a mulher representa a Igreja significaria ter ela dado à luz a Cristo. Mas não foi a angústia dele que produziu a Igreja? “Com seu sangue a comprou.”
O simbolismo do sol, lua e estrelas sugere um resumo da história de Israel, como apresentado em Gênesis 37:9, onde a família inteira é representada de maneira semelhante. Nos luminares celestes temos a apresentação de um sistema completo de governo. Estes luminares, pois, simbolizam os doze chefes tribais, como vistos na restauração nacional.
Vestida do Sol
Aqui temos Israel descrito como portador da luz e autoridade divinas e sobrenaturais. Ele ainda há de ser “Israel, glória minha”. Ou o sol pode representar a Cristo, a quem Israel ainda há de reconhecer como o Sol da Justiça.
A Lua Debaixo dos Seus Pés
Assim como a lua está subordinada ao sol e recebe dele sua luz, toda a glória de Israel e sua influência provêm daquele que o comprou, dando-lhe vida. A lua brilha de noite; assim também Israel deve brilhar, dar seu brilhante testemunho, em meio às trevas que se avolumam na era da Tribulação.
Uma Coroa de Doze Estrelas Sobre a Sua Cabeça
Pelas doze estrelas compreendemos as doze tribos de Israel. No sonho de José, encontrado em Gênesis 37:9, a glória futura destas tribos é simbolizada da mesma maneira. Aqui, portanto, retrata-se a glória e o reino futuros de Israel. Ele ainda há de receber o esplendor e a inteireza da autoridade governamental na terra. Doze,como já sabemos, é o número atribuído ao governo.
Dores de Parto
A metáfora do parto é comum na Escritura (Jo 16:21; Gl 4:19; etc.). O parto como usado por João não é literal, pois a mulher é um símbolo. Com uma passagem como Isaías 66:7 não temos dificuldade alguma em reconciliar a angústia materna como aplicável a Israel.
“O parto e as dores de parto referem-se à hora vindoura de tribulação de Israel”, diz Walter Scott. “Mas antes da grande Tribulação, nasce o Messias, o filho varão. O profeta Miquéias confirma tal afirmação com passagem clara e inegável. Depois de se referir ao nascimento do Messias (5:2), acrescenta ele: ‘Portanto os entregará até o tempo em que a que está de parto tiver dado à luz; e então o resto de seus irmãos voltará aos filhos de Israel’ (v. 3). As dores de parto da mulher acontece pelo menos dois mil anos depois do nascimento do Messias, e refere-se à sua dor na Tribulação vindoura. Antes de ter as dores de parto, deu ela à luz; antes de lhe sobrevirem as dores, entregou à luz um filho varão.”
As dores de parto de Israel são numerosas em sua história passada e presente, e estas culminarão com a pior angústia jamais experimentada. Sofrerá dor terrível depois que o homem do pecado quebrar o pacto de sete anos que lhe garantia proteção.
Por que, então, as dores de parto da mulher estão ligadas desta maneira especial com o nascimento do Messias?
Primeiro, note que o período atual aumentado da rejeição de Israel, aparecendo entre o nascimento e as dores de parto, não é mencionado no capítulo que estamos considerando. É um parêntese cuja história não é dada em profecia e que deve ser encontrada em outro lugar.
Segundo, mostra o profundo interesse que o Messias tem por seu povo. Ele preparou a Tribulação e fez provisão quanto à sua ocorrência há muitos séculos (Mt 24:15-22).
Terceiro, no tempo em que este capítulo se cumprir, a nação judaica passará por dor horrível, e o propósito de voltar na história até ao nascimento de Cristo é ligá-lo com eles nela. As dores de parto, portanto, indicam o sofrimento de Israel durante a Tribulação. Os judeus têm sido e estão sendo cruelmente perseguidos, mas dias ainda mais negros estão à frente para o povo escolhido de Deus.
2. O Dragão Vermelho (12:3, 4)
Sem dúvida que este grande dragão vermelho representa Satanás em seu pior caráter. João expressamente identificou o diabo como o dragão em 20:2. Tanto Faraó como Nabucodonosor são mencionados como grandes dragões por sua crueldade e independência orgulhosa (Ez 29:3; Jr 51:34). (Pode ser que o crocodilo ou o leviatã do Antigo Testamento seja o réptil descrito.) “Dragão” aparece dez vezes no Apocalipse como símbolo adequado do adversário principal de Deus em seu papel de perseguidor implacável e homicida de multidões de santos e pecadores. Jó dá-nos uma descrição muito notável de um dragão: “É rei sobre todos os filhos da soberba” (Jó 41:1-34; veja também Is 27:1). O termo só é usado com referência a Satanás no livro do Apocalipse, e sugere a hediondez e o horror de seu governo (12:9). No Salmo 74:13 temos uma referência “à cabeça dos monstros”, pois na verdade Satanás encabeçará toda a violência insaciável representada pelo dragão.
Vermelho, sendo a cor do sangue, indica a natureza homicida do diabo, pois ele foi homicida desde o princípio (Jo 8:44). O vermelho também pode representar pseudo-santidade—“por que está vermelha a tua vestidura?” (Is 63:2). Outrora o mais lindo dos seres angelicais, Satanás agora é objeto de desprezo. Como imitador de Cristo, que como Vencedor usará muitos diademas, Satanás é adornado com suas coroas ou diademas. As sete cabeças coroadas significam o exercício cruel e despótico de poder e autoridade terrenos, enquanto os dez chifres sem coroa podem representar os limites futuros do império distribuído em dez reinados. (O reino de Satanás tem a forma de dez reinados.) Satanás delega poder e autoridade à primeira besta, que é similarmente descrita em 13:1.
A cauda, representando a parte mais perigosa do dragão, é como um grande cometa neste monstro (Dn 8:10). Assim como Isaías (9:15) assemelha o profeta mentiroso a uma cauda, o poder e influência malignos de Satanás como mentiroso e enganador são semelhantemente descritos. Com poder e sabedoria combinados, Satanás acarretará a ruína moral total de uma terça parte das estrelas do céu, que podem representar governantes eminentes em lugares de autoridade. Pode também existir nas palavras de João uma referência velada a todos os anjos que se rebelaram com Satanás antes da criação.
Como o cão seguro pela coleira, permitem-se ao diabo certas operações prescritas. Ele só pode produzir colapso moral desta vez entre “a terça parte”, identificada por alguns escritores como a parte ocidental do império romano. O seu arrastar das estrelas com a cauda, sacudida em fúria, implica a persuasão de Satanás de levar à apostasia.
O espetáculo terrível do dragão perante a mulher, esperando para devorar seu filho recém-nascido, é facilmente interpretado. Não era a mulher, mas sua semente a quem o monstro queria destruir, assim como Faraó tentou assassinar todas as crianças do sexo masculino de Israel (Êx 1:15-22). Que estudo fascinante é traçar os esforços de Satanás em destruir Israel, a semente real que devia produzir Cristo, e depois procurar destruir o próprio Cristo! Assim que Jesus nasceu, houve um esforço satânico em destruí-lo durante o assassinato dos inocentes (Mt 2:16).
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